In-Lex 2016 - page 12

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anuário
2016
das Sociedades de Advogados
crescimento assinalável no campo das fusões
e aquisições em projectos nacionais e inter-
nacionais, o que na sua perspectiva “poderá
dever-se, entre outros factores, ao optimismo
registado, ainda que tímido, relativamente à
economia nacional”.
Filipa Mendes Pinto refere que, no caso da sua
empresa houve mudanças face a anos anterio-
res. “O societário voltou a ter o nível de pro-
cura que possuía nos anos prévios a 2009/10.
O imobiliário foi outra área que viu aumentar,
em muito, o número de recrutamentos e o re-
gulatório, em diferentes áreas, ainda que com
maior impacto no sector financeiro, também
teve uma procura acrescida”. A sócia fundado-
ra da Find lembra ainda que mantiveram o ní-
vel de procura dos últimos anos, os advogados
especialistas em Direito Fiscal, Direito Laboral
e no Contencioso, aqui com maior pendor
para a vertente da arbitragem.
Outras exigências de currículo
Fica a saber-se que as sociedades de advo-
gados procuram sobretudo profissionais
especializados e preferencialmente em de-
terminadas áreas de prática. Mas que outras
características são exigidas, de modo a que
se torne perceptível qual o perfil das pesso-
as que são contratadas? Filipa Mendes Pinto
refere que “um advogado é, actualmente, um
profissional que, apesar de exercer a sua prá-
tica de uma forma mais especializada, tem de
ser bastante mais multifacetado, exibindo um
conjunto de competências que o tornem mais
completo”. Que quer isto dizer? A sócia da Find
responde: “Tem de ser alguém que, para além
de excelente técnico, saiba relacionar-se com
colegas e clientes, consiga gerir e coordenar
trabalho, demonstrar capacidade negocial,
desenvolver activamente uma rede de con-
tactos e que esteja atento ao que o rodeia, no
sentido de antecipar oportunidades de desen-
volvimento de negócio. Estas competências
vão assumindo, naturalmente, um peso e
importância crescentes, à medida que se vai
desenvolvendo a carreira.”
É pois este conjunto de competências que, a
par do conhecimento de línguas estrangeiras
e da valorização de experiências de cariz inter-
nacional, seja em termos de vivência pessoal,
seja em termos de formação profissional, as
sociedades tendem a valorizar, frisa Filipa
Mendes Pinto.
“Em traços gerais, as sociedades de advogados
continuam a privilegiar a formação académica,
com preferência por advogados licenciados
nas denominadas ‘universidades de prestígio’
e com formação complementar. Ou seja, pós-
-graduações, mestrados ou outros estudos nas
áreas nas quais são especializados”, enfatiza
por seu turno João Maciel.
O consultor da Michael Page Portugal susten-
ta ainda que “uma experiência no estrangeiro,
quer em âmbito académico, quer profissional”
é um factor que valoriza o currículo de qual-
quer candidato, “visto que cada vez mais as
sociedades procuram advogados de negócio,
moldáveis às necessidades de clientes nacio-
nais e internacionais”. Até por esta razão, João
Maciel lembra que o inglês, enquanto idioma,
é um requisito já assumido como obrigatório,
tanto pelas sociedades, como pelos próprios
advogados, “sendo cada vez mais valorizada
a fluência ou o bom nível noutro idioma, que
permita uma aproximação a clientes de dife-
rentes nacionalidades”.
Além das aptidões académicas e pessoais, a
experiência profissional comprovada em de-
terminada área de especialização, aliada ao
forte conhecimento técnico das matérias, con-
tinuam a revelar-se como umas das principais
características diferenciadoras no momento
da tomada de decisão de contratar, sustenta o
técnico da Michael Page.
Querem-se profissionais mais
seniores
Quando se trata de contratar, outras das ca-
racterísticas que parece pesar na decisão é a
senioridade dos candidatos. Em regra, quan-
do recorrem aos serviços de uma empresa
especializada, as sociedades procuram pro-
fissionais com o estágio já concluído e não
recém-licenciados das universidades. Aliás, tal
como lembra João Maciel, no que diz respeito
ao recrutamento de jovens talentos, as firmas
de advocacia mantêm um contacto muito pró-
ximo e regular com as principais Faculdades
de Direito, quer através das feiras de emprego
criadas pelas próprias Faculdades, nas quais
os estudantes finalistas, e todos os outros,
podem ter um primeiro contacto com diversas
sociedades, quer através do contacto directo
com os departamentos de saídas profissionais
das mesmas, não menosprezando os con-
tactos dos próprios advogados que mantêm
funções de docência nas diversas Faculdades.
“Temos notado que as sociedades nossas
clientes, ressalvando algumas excepções, re-
correm aos nossos serviços principalmente
...
“a crescente sofisticação
dos serviços prestados
pelas sociedades tem
exigido aos advogados
um conhecimento mais
especializado”.
Filipa Mendes Pinto, sócia-funda-
dora da Find
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