"Que comportamento se espera em 2015 do mercado português de serviços jurídicos mais direccionados para as empresas? Alguns dos principais “players” do sector esperam, no plano interno, o regresso de algum investimento estrangeiro e, no plano externo, mantêm a aposta no acompanhamento dos clientes noutras geografias. A expectativa tem sinal positivo, mas o entusiasmo, esse, não deve ser excessivo.
“Embora os sinais de retoma na economia portuguesa nem sempre sejam lineares, espera-se que o ano de 2015 confirme o aumento de procura de serviços de advocacia pelas empresas, seja no que respeita a novos projectos e operações, seja na assessoria corrente”, constata o responsável de uma das sociedades de advogados com presença no mercado português. O mesmo interlocutor admite ainda ter confiança em que sejam concretizados alguns dos processos de investimento estrangeiro que têm vindo a ser acompanhados no nosso país.
Salvaguardadas as limitações orçamentais conhecidas, “o Governo tem feito um esforço para criar condições que potenciem o investimento privado - designadamente estrangeiro - na economia portuguesa, assim promovendo o seu crescimento”, considera outro advogado, para depois clarificar a sua ideia: “Em resultado deste esforço, temos assistido nos últimos meses, a um crescente interesse de investidores estrangeiros em Portugal, não só no âmbito do programa de privatizações ainda em curso, como em outras áreas de actividade, como no turismo e no imobiliário.”
Na prática, “o trabalho típico de tempo de crise começa a ser substituído pelo trabalho típico da retoma da economia. As insolvências, as reestruturações e os litígios que estas arrastam estão agora a ser substituídos pela negociação dos termos de novas parcerias e de novos projectos - um trabalho de estruturação contratual, mais do que de representação de interesses em fase litigiosa”."...In Anuário 2015
|