In-Lex 2013 - page 16

anuário
2013
das Sociedades de Advogados
16
REFORÇO DA APOSTA NA EXPORTA-
ÇÃO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Face à conjuntura interna, outro dos propósitos
perseguidos pelos escritórios de advogados
será o do reforço da componente de exporta-
ção de serviços jurídicos. A expansão da activi-
dade para outros mercados, quer para acom-
panhar clientes que façam essa aposta, quer
procurando abrir novas frentes de trabalho,
está necessariamente sobre a mesa. Em des-
taque, neste âmbito, surgem particularmente
os países onde o português é a língua oficial,
nomeadamente Angola, Brasil e Moçambique.
Mas não só. Tal como é possível inferir dos in-
dicadores de participação neste 8.ª edição do
In-Lex, a procura de novas geografias é uma
constante por parte dos empresários portugue-
ses e, por consequência, dos seus assessores
jurídicos. Daí que os mercados da República
Popular da China, da Africa do Sul, de alguns
países do Leste Europeu ou da América Latina
surjam também entre as jurisdições onde as
nossas firmas de advocacia marcam presença
de forma directa ou através de parcerias.
MERCADO EM 2013
CONJUNTURA INTERNA ADVERSA EXIGE
REFORÇO DA PRESENÇA INTERNACIONAL
„„
No actual contexto é de esperar um me-
lhor comportamento das sociedades que
se prepararam para enfrentar a crise e que
optaram por uma organização adequada em
termos de gestão.
Mais do mesmo, é isto que esperam de 2013 os
principais “playeres” do mercado da advocacia
que acompanha o mundo empresarial. Com a
conjuntura adversa que se faz sentir a nível in-
terno e em toda a Zona Euro, apostar na expor-
tação de serviços jurídicos é uma das palavras
de ordem. Neste âmbito, persistirá o trabalho de
reforço da presença nos países lusófonos e nos
mercados das economias emergentes. Já entre
muros, tendo em conta o contexto recessivo,
áreas de prática como o contencioso, a insolvên-
cia, o laboral e o fiscal deverão continuar como
as mais procuradas por parte das empresas.
Tendo em conta as previsões económicas ne-
gativas, 2013 deverá corresponder a uma linha
de continuidade face ao que se verificou no
ano transacto. É com este prognóstico, feito por
instituições nacionais e internacionais, que o
tecido empresarial português terá de contar. O
mesmo é dizer: é também essa a realidade ex-
pectável para o sector da advocacia de negócio.
“Não esperemos qualquer alteração significa-
tiva quanto ao tipo de solicitações dos clientes
durante o próximo ano. A escassez de crédito
por parte do sector bancário para o financia-
mento de novos projectos e investimentos foi
o factor que mais dificultou a actividade das
empresas em 2012”, avança um “player” do
sector: até por força desta realidade, que não
deverá alterar-se de forma substancial, as rees-
truturações deverão continuar a dar trabalho
aos advogados.
AO SABOR DO COMPORTAMENTO DA
ECONOMIA
“É de prever que continue a haver uma forte
necessidade de aconselhamento jurídico nos
diversos domínios da reestruturação empresa-
rial, na renegociação de contratos, bem como
nas áreas de contencioso e arbitragem”, obser-
va o responsável de uma grande sociedade de
advogados.
Se é de esperar uma diminuição de casos
nas áreas financeira, designadamente, de
mercado de capitais ou de “project finance”,
pode admitir-se um incremento nas áreas de
insolvências, direito laboral ou resolução de
litígios. Até por isso, no seio das organizações
societárias, tal como admitem alguns actores
do mercado, a estratégia a seguir passará
pela canalização de alguns recursos humanos
“mais afectos às práticas menos requisitadas
para as disciplinas mais procuradas”.
A maior pressão e exigência sobre o trabalho
desenvolvido pelos advogados no apoio às
empresas leva, por seu turno, a que o merca-
do dos serviços jurídicos se apresente cada
vez mais competitivo. Ora tal facto, tal como
sublinham alguns responsáveis de escritórios
nacionais, poderá ser decisivo para mostrar
a capacidade de resiliência das organizações
societárias. “Players” do sector admitem que
a conjuntura criada beneficiará as sociedades
que se prepararam para enfrentar a crise e que
optaram por uma organização adequada em
termos de gestão.
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